segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Primeiro Reinado Brasileiro - Um Príncipe em Leilão

O êxito da revolução liberal do porto, em 1820, agradou os brasileiros e a uma minoria de portugueses residentes no Brasill, que acreditavam ter chegado o momento de conquistar autonomia política e econômica. Em vez disso, a metrópole não concordou logo que chegou a portugal, D. João VI foi induzido, pelas cortes lusitanas e por pressões da Santa Aliança a decretar a revogação do título de Príncipe Regente concedido a D. Pedro I. Uma ordem das cortes portuguesas exigiam a volta imediata do príncipe para Portugal. 
Aristrocacia brasileira temendo perder os privilêgios recebidos manifestaram-se favoráveis ao não cumprimento das ordens de Lisboa. Durante esse período surgiram "dois partidos" um português e um brasileiros.
O "Partido Português" - Composto por comerciantes lusitanos, burocratas e pelo auto escalão do exercíto como objetivo do retorno de D. Pedro à Portugal e a implatação de medidas recolonizadoras.
O "Partido Brasileiro" - Composto por burocratas, comerciantes, grandes proprietários de terras, advvogados e investidores urbanos, nascidos no Brasil ou em Portugal. O objetivo → Pretendiam que fossem respeitada a igualdade política e jurídica concedida com a elevação do Brasil a Reino Unido em 1815. 
Os confrontos desses partidos não era só no Brasil, mas também em Lisboa.

O Primeiro Reinado Brasileiro - O Liberarismo no Brasil

O Liberalismo, idiologia burguesa surgida na Europa na era nas revoluções do século  XVIII foi utilizado como mecanismo contra o despotismo real português, sendo em seguida transformado em instrumento contrário às pretensões radicais de democracia. Por baixo de uma aparente ideia de liberdade escondiam-se enormes contradições que impunham limites à utopia liberal, como era o caso da escravidão. 
As controversias entre as cortes portuguesas, os interesses coloniais e os limites do liberalismo contribuíram para que fossem tomadas medidas no sentido de manter o príncipe no Brasil. Em 1821, as cortes portuguesas exigiram que D. Pedro voltasse para portugal e determinaram que as províncias obedecessem apenas às suas ordens. 
Uma comissão entregou a D. Pedro um abaixo-assinado com mais de 8 mil assinaturas, pedindo-lhe que ficasse no Brasil. E em 9 de janeiro de 1822. D. Pedro I ficou no Brasil e esse dia ficou conhecido como o Dia do Fico.

O Primeiro Reinado Brasileiro - O Assentamento das bases do Império Brasileiro

O período que se seguiu a independência, foi marcado por grandes agitações políticas seguidas de lutas internas e externas referentes ao processo de consolidação da autonomia do país. No âmbito interno, enormes diferenças regionais dificultaram o surgimento da verdadeira ideia de nação no território brasileiro.
O estado brasileiro nasceu como uma forma de preservar as prerrogativas de um seguimento social elitilista, que viu na permanência da mornaquia uma maneira de ser livre de grupois mais exaltados e da ameaça, as elites logo procuravam estabelecer junto ao imperador um compromisso ou como uma transação para preservar suas vantagens sociais e econômicas.
Aliado ao grupo conservador, D. Pedro tomou medidas capazes de manter no Brasil  um "liberalismo" bem moderado, que garantisse a superioridade do monarca sobre os representantes da nação. Somente em 1825 Portugal reconheceu independência da sua ex-colônia, mediante uma indenização. 
A manutenção da unidade territorial foi outra questão importante para consolidar a independência do Brasil. Projetos mais radicais de independência  impucionados pelos republicanos e por grupos liberais avançados, como o de Gonçalves Ledo, ameaçava os projetos de D. Pedro I que foi coroado imperador em Dezembro de 1822.

O Primeiro Reinado Brasileiro - A Constituição de 1824

Quando D. Pedro I tornou-se o imperador do Brasil, as elites que apoiaram a independência passaram a exigir uma nova constituição para o país. No entanto, não havia um consenso entre essas elites. Havia três tendências mais nítidas.
• Os Liberais: Defendiam a ideia de que o poder do monarca deveria ser  dividido com a Assembleia, para que desssa forma, ele não governasse sozinho.
• Os Conservadores: Ao contrário dos liberais, defediam o poder absoluto do monarca, inclusive sobre a Assembleia que deveria aceitar todas as suas decisões.
• Os Republicanos: Desejavam o fim da mornaquia e a proclamação da república, mas sua força política era muito pequena. Os republicanos só conseguiriam uma expressão política significativa no Período Regencial.
A possibilidade de haver um consenso entre liberais e conservadores era cada vez menor. Utilizando como pretesto um conflito ocorrido entre brasileiros e portugueses, D. Pedro I fechou a Assembleia e vários liberais foram presos. Mas para dar continuidade à elaboração da costituição D. Pedro I formou um conselho, com membros indicados por ele. O documento foi outorgado pelo imperador em 25 de março de 1824.

O Primeiro Reinado Brasileiro - A Confederação do Equador


A dissolução da  Constituinte não provocou grandes reaçãoes nas províncias das regiões do Sudeste e Centro-Oeste, mas causou insatisfação nas demais. No Nordeste, emborrecidos com a forte crise na agricultura, a reação ao autoritarismo imperial se fez violenta com a eclosão, em 2 de julho 1824.
A causa para a deflagração do movimento foi a nomeação de um governador não-desejado para Pernambuco. A Confederação do Equador costuma ser considerada um prolongamento da Revolução Pernambucana em 1817, eram liberais radicais apoiados pela aristrocacia rural e propunham a organização de uma república tendo como modelo os do Estados Unidos. Conseguiram animar amplos setores, o que valeu para pernambuco o apoio do Ceará, da Paraiba e do Rio Grande do Norte.
A imprensa desempenhou um papel fundamentou para a divulgação das ideias revolúcionarias, o jornal "Liberdade na Guarita de Pernambuco", teve grande importancia para a difusão do movimento. 
Contudo,  a proibição do tráfico negreiro para Recife e o desligamento das massas populares acabaram afastando o levantamento a elite agrária. Um tribunal orientado por D. Pedro I, prendeu,  julgou e condenou à morte os princípais lideres da rebelião, entre eles estava o Frei Caneca.

O Primeiro Reinado Brasileiro - A Guerra da Cisplatina

A Guerra da Cisplatina agravou a situação política e econômica do governo de D. Pedro I.  A província que integrava a Ámerica Espanhola, foi anexada ao Brasil em 1820 devido as pressões da mulher de D. João VI, que queria governar a região como regente de seu irmão. Liderados pelo general Juan Antonio, os guerrilheiros cisplatinos estavam decididos a separar sua terra natal do Império Brasileiro. 
Em 1825, os revolúcionarios da Ciplastina se uniram, contrariando os interesses do governo brasileiro. Em resposta D. Pedro I declarou guerra à Argentina. O conflito se estendeu até 1828, quando a província da Cisplatina teve indepêndencia e passou a ser chamada de República Oriental do Uruguai.

O Primeiro Reinado Brasileiro - A Herança Portuguesa

O brasil independente herdou de portugal o tratado de 1810, assinado com Londres. Os ingleses ganharam o direito de viajar, negociar, fixar-se em cidades e portos brasileiros. Somente após 1826 é que as tarifas alfandegárias foram estendidas com igualdade às demais "nações amigas".
O aumento de produtos importados encontrados no território brasileiro, causou um desequilíbrio e levou o Estado a recorrer a  empréstimos externos junto à Inglaterra, agravando a crise econômica do período.
A agricultura enfrentava uma situação crítica devido à crise internacional e a questões internais, como a ausência de renovação nas técnicas de produção, a falta de capitais e a carência de mão-de-obra. Somente em 1827 que  o  café assumiu o segundo lugar na pauta de exportações, precedido pelo açúcar e seguido pelo algodão.
As camadas populares foram as mais afetadas pela crise econômica e pela crise de preços dos produtos de consumo básico.
As bases políticas do Estado nacional brasileiro pareciam estar lançadas, mas as tensões em crises persistiram, impedindo a formação de uma mentalidade nacional.

sábado, 28 de maio de 2011

O Primeiro Reinado Brasileiro - A Abdicação de D. Pedro I

Com  o objetivo de neutralizar a oposição dos liberais radicais e dos moderadores do "partido brasileiro", D. Pedro I iniciou uma excursão pelas províncias do país acompanhado por uma pomposa comitiva. O primeiro destino do imperador foi Minas, em 1830, sendo recebido com frieza, com faixas de luto em protesto pelo asassinato do jornalista  Líbero Badaró. Irritado, D. Pedro retornou ao Rio de Janeiro.
Os portugueses que moravam no Rio de Janeiro, prepararam uma grande recepção para o imperador no dia 12 de março. Todo esse ato desagradou os brasileiros e na noite seguinte, brasileiros e portugueses entraram em conflito aberto. Dezenas de brasileiros invadiram o quarteirão português e jogaram em sua casas garrafas inteiras e em pedaços, onde esse epsódio ficou conhecido como Noite das Garrafas.
Com seu espaço político reduzido e tendo pela frente o projeto tentador de intervir na sucessão portuguesa. D. Pedro I abdicou em favor do filho, em 7 de abril de 1831. Isso significou uma vitória para o setores agrários, com as regências durante a menoridade do segundo imperador o "partido brasileiro" chegou  ao poder.